Será que existem orações que
dão resultados e outras não? Será que os resultados aparecem porque nós temos
fé, e os que não aparecem é porque nos faltou fé?
Muitas vezes, tenho visto
pessoas sinceras, que colocam diante de Deus todas as suas expectativas,
fazendo orações muito bem construídas, com muito sentimento. No entanto a falta
de fundamento dessas orações faz com que elas não alcancem uma resposta e,
muito menos, o objetivo desejado.
Como podemos ter a certeza se
o que eu estou orando será, de fato, atendido? Eu consigo saber se o que eu
estou pedindo irá acontecer? Como podemos ter essa certeza?
O texto que lemos nos
mostrará que não é simplesmente orar que vai fazer com que Deus responda sua
oração. Tem muita gente orando há muitos anos por motivos que não serão
atendidos.
No Salmo 17 vemos um
adorador, servo de Deus, que estava sendo ameaçado: ... “com a tua mão
direita salvas os que em ti buscam proteção contra aqueles que os ameaçam ...” (Sl.
17:7).
No versículo 9 ele
diz: ... “dos ímpios que me atacam com violência”...
No 10 e no 11 também
lemos: “Eles fecham o coração insensível, e com a boca falam com
arrogância.(...)... me seguem os passos, e já me cercam; seus olhos estão
atentos, prontos para derrubar-me”
Davi estava sofrendo
com emboscadas, pessoas querendo matá-lo, pessoas com soberba. É nessa oração,
em que um homem de Deus sofre, que vamos responder essas perguntas que foram
levantadas.
Teríamos alguma garantia de
que as nossas orações serão atendidas?
É necessário saber que as
nossas orações devem ser fundamentadas, firmadas em alguns princípios para que
elas sejam atendidas.
Esse texto nos mostra Três
Fundamentos onde nossas orações devem ser feitas.
1º
Devem ser feitas Fundamentadas no Pacto de Deus.
Não é simplesmente porque
desejamos ou porque está em nosso coração que Deus irá responder como queremos.
No versículo 7 deste salmo
lemos:
“Mostra a maravilha do
teu amor, tu, que com a tua mão direita salvas os que em ti buscam proteção
contra aqueles que os ameaçam”.
Davi estava fundamentado
no pacto que Deus tinha feito com aquele povo. Não era uma oração perdida,
fundamentada em nada.
Quando Davi pede a Deus que
lhe mostre as maravilhas do Seu amor fiel, ele tem em mente o que Deus tinha
estabelecido em Êxodo 15
Esse termo “mostra-me a
maravilha do teu amor” remetia-se para Êxodo 15:11-13: “Quem entre os
deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti? Majestoso em
santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas? Estendes a tua
mão direita e a terra os engole. Com o teu amor conduzes o povo que resgataste;
com a tua força tu o levas à tua santa habitação”.
Ele reconhece esse
Deus que, ao longo da história, tem manifestado maravilhosamente o Seu amor.
Davi, então, lembrando o pacto que Deus fez com o povo de Israel, pede ao
Senhor que distinga esse amor, com o qual efetivou um compromisso com eles.
No versículo 8 o
salmista diz:“Protege-me como à menina dos teus olhos; esconde-me à sombra das
tuas asas”.
Ele diz nesse versículo
do pacto que Deus havia feito com aquela nação. Vejamos Deuteronômio 32:10-11: ...”guardou-o
como a menina dos seus olhos, como a águia que desperta a sua ninhada, paira
sobre os seus filhotes, e depois estende as asas para apanhá-los, levando-os
sobre elas”.
Davi olha para o
pacto que Deus fez com Israel e pede que, igualmente, cuide dele como a menina
dos Seus olhos e que lhe estenda Suas asas.
A situação em que o
salmista vivia era crítica, difícil, porém, ele conhecia o compromisso de Deus.
Assim como Davi conhecia o pacto no qual ele buscava, nós vamos encontrar o
Senhor Jesus nos dizendo:“Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor
de muitos, para perdão de pecados”. (Mt. 26:28).
Foi o escritor de
Hebreus que disse, no capítulo 8:6-7:... “assim como também a aliança da qual
ele é mediador é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores (...
) se aquela primeira aliança fosse perfeita, não seria necessário procurar
lugar para outra”.
A aliança que havia no
tempo de Davi tornou-se insuficiente, fazendo com que se estabelecesse nova
aliança, proposta no sangue do Senhor Jesus Cristo.
As nossas orações têm que
estar fundamentadas no pacto que Deus fez conosco, porque se for apenas na
expressão do coração ou no desejo pessoal, sem o fundamento do compromisso de
Deus, essa oração não se sustentará.
Segundo Fundamento
onde nossas orações devem ser feitas.
2º)
Devem ser feitas Fundamentadas nas Promessas de Deus.
Na oração de Davi há o reconhecimento
de um pacto, que por sua vez envolve promessas.
A situação
crítica em que Davi estava vivendo estava alinhada com algumas coisas que Deus
havia estabelecido.
No versículo 13 do
salmo 17 lemos:“Levanta-te, Senhor ! Confronta-os ! Derruba-os! Com a tua
espada livra-me dos ímpios”.
O salmista está
pedindo que Deus reprima seus inimigos, que o livre dos ímpios, que seus
inimigos se enriqueçam de tal maneira que só pensem nessa vida, tanto eles
quanto seus filhos.
Deus tinha um compromisso,
como vemos no versículo
14: “Com a tua mão, Senhor,
livra-me de homens assim, de homens deste mundo, cuja recompensa está nesta
vida. Enche-lhes o ventre de tudo o que lhes reservaste; sejam os seus filhos
saciados, e o que sobrar fique para os seus pequeninos”.
Sendo que a lei, no
pacto firmado em Deuteronômio, dizia: “Saibam, portanto, que o SENHOR, o
seu Deus, é Deus; ele é o Deus fiel, que mantém a aliança e a bondade por mil gerações
daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos”. (Dt 7:9).
Havia a afirmação de que,
quem fez esse pacto era um Deus amoroso, bondoso e fiel, que mantém sua palavra
por mil gerações. Davi sabe que Deus é fiel e bondoso.
Podemos perceber que Deus
está fazendo algumas promessas e assumindo alguns compromissos com eles. Era
uma parte da promessa que Deus havia feito, de que, quando o inimigo os
atacasse, Ele os livraria.
Observe em Dt 28:7 “O
SENHOR concederá que sejam derrotados diante de vocês os inimigos que os
atacarem. Virão a vocês por um caminho, e por sete fugirão”.
Oração não significa
pedir algo que Deus não quer fazer, ela é um meio de nós estabelecermos uma
comunhão para desfrutarmos de tudo aquilo do Ele nos quer dar.
Então, ao pedir para ser liberto
dessas pessoas, desses inimigos que o cercavam, Davi estava apenas pedindo algo
que Deus já havia prometido.
Davi era o rei que comandava
o povo de Deus e, como líder dessa nação, ele tinha que liderar o povo a
cumprir a vontade de Deus. Naquela condição de quem eles eram, naquela época, significava
que eles eram representantes de Deus e, conseqüentemente, os seus inimigos eram
inimigos de Deus.
Ele estava, então,
combatendo pessoas que agiam totalmente contra a aliança de Deus. E
o salmista diz: “Senhor, faz alguma coisa, pois o Senhor prometeu”.
O problema de hoje é
que, grande parte das orações, e algumas interpretações das Escrituras, estão
propondo ou focalizando não aquilo que Deus prometeu, mas aquilo que a pessoa
quer ou não. Provavelmente você já ouviu o texto de João 14: 13-14: 13
“E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja
glorificado no Filho. 14 Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o
farei”.
Você pode pensar que esse
texto está dizendo que você terá tudo o que sonhou, pois, afinal, o Senhor
disse que tudo o que você pedir Ele lhe dará. É preciso que nós olhemos tanto
para o contexto em que se insere essa passagem, como para o que estamos
pedindo.
Jesus prometeu que faria
tudo quanto os discípulos pedissem pro qual motivo? Para que o Pai fosse
glorificado.
Para que o Pai fosse
glorificado Jesus haveria de fazer tudo que pedissem em Seu nome.
Não é qualquer coisa
que você pede que Deus lhe dará. É possível pedir algo e não obter, quando a
oração não está focada no que Deus quer ou no que Ele prometeu.
Terceiro Fundamento
onde nossas orações devem ser feitas.
3º)
Devem ser feitas Fundamentadas nas Exigências de Deus.
O pacto tinha dois lados:
Deus o firmava com promessas, mas também com exigências.
No versículo 1 o
salmista diz: “Ouve, ó Senhor a minha justa queixa”.
No pacto, o
Senhor havia dito: “Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único
Senhor”. (Dt. 6:4).
Havia pessoas
distintas nesse pacto: o Deus que o propunha e estabelecia, e o povo que se
relacionava com esse Deus.
Vejamos o que dizia o
pacto: “Todas estas bênçãos virão sobre vocês e os acompanharão, se vocês
obedecerem ao SENHOR, o seu Deus (Dt. 28: 2).
“Entretanto, se vocês
não obedecerem ao SENHOR, o seu Deus, e não seguirem cuidadosamente todos os
seus mandamentos e decretos que hoje lhes dou, todas estas maldições cairão
sobre vocês e os atingirão”. (Dt. 28: 15).
O compromisso que
Deus estabeleceu tinha exigências, às quais o povo tinha que cumprir para
desfrutar das promessas de Deus. Da mesma maneira como havia uma lista de
bênçãos, se o povo não cumprisse as ordens de Deus, havia uma lista de
maldições.
Logo no começo de sua
oração, Davi diz ao Senhor:
“Ouve a minha causa justa”. (1)
No versículo 1 ele diz
que o Senhor o conhece e, de acordo com a lei, não fala nada que não seja
verdade:... “minha oração, que não vem de lábios falsos”
No versículo 2,
igualmente, é dito: “Venha de ti a sentença em meu favor; vejam os teus
olhos onde está a justiça!”
Esse homem está com
sua consciência totalmente limpa.
Nos versículos 3 e 4
lemos: “Provas o meu coração e de noite me examinas, tu me sondas, e nada
encontras; decidi que a minha boca não pecará 4 como fazem os homens. Pela
palavra dos teus lábios eu evitei os caminhos do violento”.
Até quando ele estiver
distraído, ou dormindo, sem poder se defender e contra-argumentar, Deus pode
examiná-lo, pois ele está sendo íntegro.
Esse homem tem um
compromisso com Deus. Sua boca não é um instrumento de destruição, de falar
mal, de rebeldia.
No versículo 5 ele diz:
“Meus passos seguem firmes nas tuas veredas; os meus pés não escorregaram”.
No Novo Testamento,
nós também podemos encontrar essas promessas e exigências divinas.
Vejamos I Timóteo 2:8:
“Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira
e sem discussões”.
A idéia aqui é que,
você pode orar, mas precisa deixar claro que suas mãos não têm marca de sangue,
não têm culpa.
Pedro diz o seguinte: “Do
mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e
tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da
vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações”. 1Pedro 3:7
Ou seja, a condição
para Deus ouvir sua oração é que você trate bem seu marido ou sua esposa. Isso
vai mexer com a eficiência da sua oração.
Já em I João 3: 21-22 lemos : “Amados, se o nosso
coração não nos condenar, temos confiança diante de Deus e recebemos dele tudo
o que pedimos, porque obedecemos aos seus mandamentos e fazemos o que lhe
agrada”.
A resposta da oração é condicionada a fazermos Sua vontade e obedecermos
ao que Ele diz. Para obedecê-Lo, precisamos conhecer as Escrituras.
Se você não conhece o pacto,
as promessas e as exigências, sua oração pode ser, simplesmente, um falatório,
um gastar salivas.
Nós vivemos em dias em que
as pessoas estão sendo movidas somente por emoções e por boas intenções, sem
nenhum fundamento.
Na condição de adoradores,
de intercessores e de pessoas que oram a Deus, precisamos nos perguntar se
estamos aptos a nos aproximarmos de Deus e a dizer, tal como Davi: “Senhor,
ouve a minha causa justa. O que eu estou pedindo está de acordo com Suas orientações
e o Senhor bem sabe”. (1)
Conclusão: Quer ser ouvido por Deus? Busque fundamentar suas
orações no Pacto de Deus, nas Promessas de Deus e nas Exigências de Deus.
Sermão Proferido na Igreja Batista em Parque Das Nações – 20/01/10
Pr. João Rodrigo Seemam
Que texto incrível. Deus abençoe sua vida Pr. João!
ResponderExcluirQue a revelação da Palavra permaneça em seu coração e que elas sejam flechas pra cada pessoa que ler e internalizar a verdade descrito nesse texto!